04 septiembre, 2007

Chamas

Impacto nos telejornais da hora do almoço com as imagens de um cidadão de origem romena que põe fogo no corpo como protesto pela situação de sua família diante da sede do governo de Castellón. Impossível não se chocar com o drama levado ao extremo por um sujeito que, segundo as matérias divulgaram, pedia ajuda para comprar passagens de volta a seu país, depois de ter suas expectativas de melhorar de vida frustradas por aqui.
Prato cheio para incentivar o debate sobre um tema presente no dia-a-dia espanhol, ainda que tratato muitas vezes, pelo menos nos meios de comunicação (desde uma observação livre dessa comunicadora estrangeira), de maneira redutora e simplificada: imigrantes vítimas ou envolvidos em casos de violência doméstica, em roubos ou tráfico, sujeitos anônimos chegados em cayucos ou pateras, e, mais recentemente mas com menos repercussão (como é próprio da cobertura jornalística em geral, por refletir casos não conflitivos), como vizinhos, cidadãos, que votam, vivem e constróem a economia, a cultura, o cotidiano.

As imagens estão nos sites dos principais meios de comunicação, com vídeo no El Pais e fórum de debates en La vanguardia. Participação imediata dos leitores, com posicionamentos ora um tanto xenófobos, ora solidários, mas, acima de tudo, com indicações de um sentimento gerado pela (obrigatória) convivência com as diferenças. Incrível como em pouco tempo a discussão via site faz emergir um conflito polarizado entre espanhóis e estrangeiros (tanto que chegam a identificar-se como tal). Sinais das arestas não tão resolvidas quanto pode parecer à primeira vista.

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