30 abril, 2007

Diferenças 4: a realeza

Atendendo a pedidos, volto com a seçao dedicadas às diferenças. (Estou me sentindo o máximo com meus amigos leitores!)

E nada como o dia de hoje pra falar da necessidade de conhecer a lógica da monarquia para compreender melhor a Espanha. Nasceu ontem, em Madri, com 3,310 quilos e 50 centímetros, a infanta Sofia (nome escolhido como homenagem a avó rainha). Filha dos príncipes de Astúrias, Felipe e Letizia, a pequena é irmã de Leonor e já recebe desde a maternidade o tratamento de alteza real, pois é a terceira na sucessão do trono, depois do pai e da irmã mais velha.

E a TV e os jornais hoje só falam disso. Há dias dezenas de jornalistas passavam a noite na frente da maternidade para não perder nenhuma imagem da chegada da princesa para o parto. Especiais foram transmitidos ontem à noite pela TV para comentar cada detalhe. Fofocas, suposições sobre o futuro da infanta, presentes recebidos, visitas, falaçoes em geral, nada muito diferente do que encontramos na imprensa amarela brasileira. A diferença é que não se tratam de especulações sobre meros plebeus ou restrita a um ou outro meio de comunicação. É o assunto hoje por onde quer que se esteja.

Pois já saquei que aqui há que se saber sobre o mundo da realeza, pois a coisa ganha grande dimensão. De uma maneira ou de outra todos participam e dão palpites, nem que seja em enquetes propostas pelos jornais impressos para escolher o nome da recém nascida. E não é que o povo acertou?!?

Pequenos prazeres

Uma homenagem a um dos meus filmes preferidos, que assisti ontem na TV (pena que em catalao). Minha lembrança de pequenas satisfações do dia-a-dia. Prazeres no inusitado e no simples, como a mão no saco de cereais de Amelie Poulain ou suas pedrinhas sacadas no Sena.

E hoje registro a alegria de ter superado alguns limites ao me jogar na montanha-russa, dradoncan, estampida e outros brinquedinhos mais no parque PortAventura, em Taragona. EU num parque de diversões... Minha primeira vez e só por isso já vale. Muito bom!!!

Dá pra ter uma idéia da emoção pelas voltas acima.

23 abril, 2007

Uma rosa e um livro

Hoje é dia de Sant Jordi, nosso velho e conhecido Sao Jorge, padroeiro da Catalunha. Dia, por aqui, dos namorados se presentearem com rosas e trocarem livros. Barcelona inteira se prepara para a festa, que se concentra mesmo na Praça Catalunya e nas Ramblas.

Primeiro, como lembrança, eram oferecidas as flores. Com o tempo, surgiu a tradiçao do livro, pois também em 23 de abril é celebrado o Dia Internacional do Livro, aniversário da morte de Cervantes, Shakespeare e outros importantes escritores.

Saí pra rua de manha, antes de ir à UAB, para percorrer as barracas de livro em busca de ofertas e novidades. Desde a primeira boca de metrô estavam os vendedores de rosas a lembrar da data. E milhares de pessoas percorreram o mesmo trajeto, da praça central até o final das Ramblas, quase chegando ao porto. Durante todo o dia sao comercializados 10% dos livros do ano inteiro.




Pra conhecer a lenda:
Sant Jordi 2007

22 abril, 2007

Vai meu irmao...

Podem dizer que é coisa de brasileiro no exterior, mas assistir ao show do Toquinho no Palau da Música Catalana na sexta-feira foi o máximo. Só o teatro já vale por sua arquitetura e seus fantasmas, como lembrou o músico em uma descontraída contaçao de causos ao público entre uma cançao e outra. Depois, poder ouvir e aplaudir os sons que conheço desde antes de nascer na voz melodiosa e no violao afinado de Toquinho me deixou muito, muito feliz.

Na platéia muitos brasileiros, claro, e espanhóis apreciadores de bossa nova e MPB também. No palco, homenagens a Vinícius, Jobim, Joao Gilberto, Luiz Gonzaga, Chico Buarque e outros tantos nomes da nossa música, em uma sintonia tao familiar.

Toquinho voltou umas cinco vezes ao palco. Até cantar "Nao posso ficar nem mais um minuto com vocêS...". Eu saí mais leve do concerto, um dos muitos programados para o 18 Festival de Guitarra de Barcelona.

Primavera

Nada como a primavera para animar os espíritos. Depois de três semanas cinzas, de chuva e frio, o sol voltou a brilhar em Barcelona. O verde está mais verde, as flores ajudam a colorir a paisagem e as pessoas parecem mais leves. Ou talvez seja eu quem está mudada, contagiada pela energia da cidade. Só sei que, sem me dar conta, começo a me sentir à vontade por aqui. Dizer em casa seria um exagero, mas confortável, tranqüila, feliz.

É muito estranho como acontece, mas quando se percebe já se começa a reconhecer os lugares como um pouco seus. As diferenças se tornam mais familiares, os sons urbanos não perturbam mais (pelo menos não sempre e tanto) e o cotidiano começa a se organizar entre certo conforto da repetição e expectativa da surpresa.

Outro dia me vi cantando junto com um jingle de um produto da TV, tal como fazia no Brasil. Ir no supermercado não me exige horas para a busca das prateleiras e a leitura dos rótulos, já cultivo algumas preferências. Me lembro de vários itinerários locais sem consular o mapa do metrô. Vejo caras conhecidas no bar da universidade e posso rir do mau humor do atendente sem pensar que esteja enfadado comigo por ter me confundido na tradução do menu do catalão para o castelhano. Até posso cumprimentar um colega da academia nas ruas da vizinhança...

Isso é o que eu chamo de progresso. Porque, agora que passou posso confessar, quando cheguei me vi paralisada. “O que estou fazendo aqui?” – era o que me perguntava. “Por que deixar as poucas certezas que tinha para me aventurar num desconhecido?”.

Seguro que ainda não tenho essas respostas, mas o que vale é que elas já não importam tanto. E, sem muita pressa, vou me deixando levar, bem ao estilo de Barcelona, cenário perfeito para se deitar ao sol em uma contemplativa e libertadora sesta.

18 abril, 2007

Terror

Aqui se falava sobre atentados suicidas em Marrocos e Argélia. No sábado, dois irmãos detonaram as bombas que levavam no corpo diante do consulado norte-americano em Casablanca. Ninguém se feriu. Apenas os jovens que viviam em condições precárias em um povoado miserável morreram.

Foi mais um dos tantos atos extremistas em países islâmicos do norte da África a preocupar a Espanha. Ações que fazem aumentar a proteção policial em regiões de fronteira como Ceuta e Melilla, já declaradas pela Al Qaeda como zonas de conflito, parte do projeto de seu sonhado “califato panislâmico” que iria até o Iraque.

Pouco depois de minha chegada, circulava pela Internet uma declaração da Al Qaeda de que a Espanha seguia sua afronta ao mundo árabe ao retirar suas tropas do Iraque e enviá-las ao Afeganistão. Aviso parecido ao que foi dado antes do 11 de março que assombrou Madri e o mundo. Há semanas, acusados do comando islamista que liderou o ataque e centenas de testemunhas são ouvidos no julgamento do maior atentado sofrido pela Espanha.

Ainda me deparo com o debate sobre as ações do ETA e todo o uso político feito a partir de uma sensação de insegurança e incerteza da população. Foi o que ocorreu depois do 11 de março, quando o então governo do Partido Popular, antes das eleições, vinculou o atentado ao ETA, mesmo tendo informações contrárias. Tudo porque reza uma lenda do derrotado partido conservador de que o atual presidente do governo, Zapatero, compactua com os terroristas vascos. E aí vão horas de bate-boca público.

Tudo isso pra dizer que o terrorismo aqui assume uma dimensão outra, próxima das pessoas. Ainda que mais como uma preocupação, um tema a ser discutido, do que como responsável por mudanças significativas no cotidiano. Trata-se de uma sensação presente de que, seja o radicalismo islâmico, seja o nacionalismo exacerbado, ou qualquer outra forma extrema de lidar com as diferenças e as desigualdades, podem levar a situações de tensão.

E todo esse emaranhado de conflitos é colocado em suspenso quando um jovem de 23 anos mata seus colegas em uma universidade da Virgínia. Ali não estão em jogo divergências mundiais, disputas entre inimigos históricos, mas as relações sutis, os desacordos aparentemente internos, reflexos de uma cultura da violência, da arma, da intolerância. E todos nos colocamos mais uma vez a pensar. Onde está o terrorismo? Até onde ele chega? Como nos afeta? Até que ponto não somos seus cúmplices?

17 abril, 2007

Invitación a la lectura

Nao resisti a postar aqui o prólogo do livro Manual de técnicas narrativas, de Enrique Páez (Ediciones SM, Madrid 2001-2003). Uma pequena contradiçao nesses dias em que estou sem tempo para escrever é publicar um texto que reflete justo sobre as narrativas, as nossas narrativas e como as compartilhamos com os outros.

Uma homenagem a meu estado de espírito nesses dias de verdadeira primavera que, enfim, chega a Barcelona.

La historia que llevamos dentro
Luis Landero

Siempre he creído que cada cual tiene una historia que sólo él puede contar. O dicho de otra forma: dentro de cada uno de nosotros hay un caudal de experiencias únicas, intransferibles, un modo más o menos insólito de ver la realidad, que en la mayoría de los casos no llegan a salir a la luz. Es más: a menudo ni siquiera nosotros llegamos a sospechar la existencia de ese mundo interior. Supongo que por eso es tan difícil cumplir el viejo precepto filosófico del «conócete a ti mismo», y por eso también la originalidad, estando tan cerca de nosotros, es un bien raro de encontrar.

Y, sin embargo, no sabemos vivir sin rebobinar de vez en cuando en nuestra vida y rescatar imaginariamente algo del tiempo que se fue para siempre. Es inevitable: somos narradores, y nosotros mismo constituimos la materia básica de nuestra narración.

Hasta quien nada cuenta está siempre contando, reordenando, repasando e indagando en ese oscuro mundo interior que nos habita sin apenas saberlo. Quien lo dude, no tiene más que ver cómo de día vivimos y de noche soñamos. Con el sueño, nos contamos la vida de otro modo. Desde una propuesta insólita. «La vida y los ensueños son hojas de un mismo libro», nos dice Schopenhauer. «Su lectura de conjunto se llama la vida real. Pero cuando las horas de lectura habitual (el día) terminan y las de descanso han llegado, nos dedicamos a hojear sin orden aquí y allá; a menudo tropezamos con una página ya leída; otras veces, con una desconocida; pero siempre del mismo libro». O no hay más que ver cómo, al recordar nuestro pasado, surgen también espontáneamente hojas nunca leídas del libro de nuestra vida, añadidos imaginarios que parecen elementos caprichosos o espurios pero que no son sino los despojos de nuestra existencia secreta, de esa realidad profunda que apenas conocemos, y a la que no sabemos darle forma y que por eso mismo nos resulta inefable. El inconsciente o el recuerdo —narradores expertos donde los haya— se encargan de leernos algunas páginas borrosas de esa historia que todos llevamos dentro pero que muy pocas veces logramos objetivar y convertirla en narración. Narradores expertos, y también modernísimos, vivimos linealmente, pero recordamos o soñamos como si nuestra trayectoria vital hubiera sido un laberinto.

Sí, todos llevamos dentro de nosotros una historia que, como las huellas dactilares, es absolutamente singular. En El tiempo recobrado, Proust nos recuerda que el único libro verdadero de cada escritor lo llevamos dentro de nosotros, mucho antes de escribirlo, y que por tanto nuestra tarea no es la de inventar sino la de traducir. Y, sin embargo, a pesar de ese bagaje instintivo que poseemos, pocas cosas hay tan difíciles como escribir una buena historia. Todos conocemos a gentes a las que admiramos por su gracia para referir anécdotas y que luego son incapaces de hilar dos líneas al derecho. O con imaginación y elocuencia probadas en muchas sobremesas pero que se quedarían inermes al tomar la pluma o al ponerse ante el ordenador. O gentes que han vivido mucho, ricas en aventuras y en conocimientos, y que sin embargo no sabrían reflejar en el papel ni uno solo de esos pedazos en bruto de existencia. Y es que la literatura, y en general el arte, a pesar de que se nutre de la vida, tiene sus propias reglas, sus propias estrategias, una de las cuales —francamente contradictoria— es que, yendo la escritura al encuentro del vivir, le pasa lo que al héroe frente a la Medusa, que si mira a la vida de frente resultará fulminado en el acto.

Son misterios éstos que uno nunca acabará de desentrañar. Escribir una historia tiene algo de viaje. Uno se provee de impedimenta —mapas, brújulas, planes de ruta—, pero la aventura no comienza de veras hasta que uno echa a andar y a hacer camino sin otra compañía que una fe que hace suya a las más esforzada de todas las páginas: la incertidumbre.

Fonte: Revista Teína (março-abril de 2007)

13 abril, 2007

Sou imigrante

¡Que fuerte!
Era o que repetia a dominicana na minha frente, em uma expressão típica espanhola. Há um ano no país, estava ali para renovar sua permissão de trabalho, enquanto o número de pessoas em espera aumentava. Ela e uma marroquina de uns 45 anos foram minhas companheiras em uma fila de mais ou menos cem metros que simplesmente não se moveu durante quase duas horas.

Por essa manhã, na frente da Comisaria de Policia de Barcelona, conheci na pele um sentido mais difícil da condição de imigrante. Não é à toa que essa identidade seja quase sempre relacionada a questões legais, mesmo por aqueles sujeitos que passam pela experiência sob diferentes perspectivas.

Ali estávamos brasileiros, chineses, colombianos, europeus da banda leste, estudantes, trabalhadores, aventureiros, gente solitária ou famílias inteiras, todos compartilhando idênticas condições. Só nos restava esperar, apresentar os documentos necessários, responder a algumas perguntas, torcer para que tudo desse certo e que os agentes ao menos fossem um pouco simpáticos.

Da minha parte, a espera era mais tranqüila, embora eu deteste autoridades policiais de qualquer espécie, porque já tinha encaminhado meus papéis pelo setor de relações internacionais da universidade e só me faltava levar três fotos, o passaporte original, e o documento de empadronamento na prefeitura, um registro de domicílio. Depois era colocar o dedão no papel e pronto.

Mesmo assim, saí frustrada porque a fila simplesmente não me alcançou. Já desconfiava disso ao observar a expressão de um dos policiais que examinava o número de pessoas na rua enquanto balançava a cabeça... Sem senha ou uma explicação mais otimista, volto na próxima semana a esperar na mesma fila que me dará direito a uma carteira de residente. Um pedaço de papel carregado de sentido de segurança e liberdade.

Antes da fila se dispersar, se ouviam reclamações, indignações diversas, sobretudo de trabalhadores que precisavam negociar seu tempo para estar ali. Já caminhando em direção à avenida, os imigrantes se desejavam suerte e seguiam seus múltiplos caminhos.

09 abril, 2007

Firenze em bici

Final de feriado, nem tenho energia para contar os detalhes. Mas estou muito, muito feliz com o passeio, que teve seu ápice com uma volta de bicicleta pelas colinas de Florença. Foi um dia perfeito, com saída às 5h30 em trem de Milao e chegada às 8h, com direito a acompanhar o nascer do sol em meio à paisagem da Toscana.



Muito sol e milhares de turistas do mundo inteiro pelas ruas. Nao pudemos entrar na Galeria delle Uffizi sem uma reserva prévia, mas desfrutamos a cidade desde sua paisagem. Duomo, Plaza de la Senoria, Ponte Vechio, quilômetros subida acima, piquinique no meio do caminho, mais pedaladas, uma parada para a mirada completa da cidade desde a piazzale de Michelangelo, corrida para entregar as bicicletas às 7h. Na volta, o corpo estava um tanto cansado, mas o sorriso era de quem tinha aproveitado cada segundo nesta cidade colorida, barulhenta, de italianos simpáticos e turistas deslumbrados. Cidade simples e sofisticada ao mesmo tempo, de gente verdadeiramente rica e beleza absolutamente gratuita aos olhos de todos.
























Páscoa em Milao



A primeira viagem tinha que ser pra Itália, de qualquer jeito. Em busca de promoçoes de passagens, ali estava Milao. Nao é uma cidade propriamente turística, mas mais industrial, uma grande e velha cidade italiana, especial para quem esteja disposto e tenha dinheiro para se perder nas ruas da moda. Em Monte Napoleone estao todas as grandes marcas do mundo, uma ao lado da outra.


De impressionante, o Duomo (foto 1), uma das maiores catedrais do mundo. A construçao gótica fica no centro histórico, perto da linda galeria Vittorio Emanuelle (foto 2). Mas a visita se engrandece mesmo pelo Castelo Sforzesco (foto 3), uma fortaleza do século XIII reconstruída a partir de 1450, que reconta a história da cidade e reúne museus de arte decorativa, de armamentos, pinacoteca e museu egípcio. Uma manha inteira passada ali, sol no alto do castelo, pausa para fotos.






Pausa para os festivos de Páscoa

Uma semana de folga. Praticamente férias, com as universidades e as escolas fechadas para os festivos da Páscoa. O comércio e os serviços seguem horários especiais. E tudo ficou mais ou menos em suspenso de 2 a 9 de abril. Assim, depois de um mês de trabalho, quando entrava no ritmo da UAB, ganhei um tempo livre.
O dia da Páscoa na Espanha é hoje, quando as crianças ganham monas, doces e chocolates, de seus pais e padrinhos.

04 abril, 2007

Diferenças 3: o cinema

Você entra no cinema de centros comerciais como La Maquinista ou Glories aqui e se sente em casa. É como se estive no Cinemark. Sem nenhuma diferença. Pipocas (leia-se palomitas) gigantes, muita Coca-Cola, gente mais interessada na comida do que no filme. Igualzinho.
Até que se apagam as luzes e Hollywood inteira começa a falar em castelhano, com direito a acento carregado e gírias muito peculiares.

O padrao aqui é que os filmes sejam todos dublados.

Tive que aguentar as caretas de Jack Nicholson e os códigos do submundo de Scorsese, em Os infiltrados, todos adaptados à cultura local. Tá certo que o Leonardo DiCaprio é aceitável mesmo em uma dublagem mal feita... Mas vamos combinar que nada melhor do poder desfrutar do som original, aquele que foi cuidadosamente pensado para o filme.

A alternativa pode ser bem divertida. E até muito mais interessante. Primeiro, evitar os cinemas tipo blockbuster e, segundo, andar em busca daquelas salas escuras alternativas. Melhor ainda, que se dedicam ao cinema espanhol e europeu.

Uma das opçoes é o Cine Verdi, no bairro de Gràcia. Uma sala com uma programaçao especial, som original e um público mais atento à telona. Ali pude assistir aos devaneios de Michel Gondry, em La ciencia del sueño, uma co-produçao França-Itália, com ninguém menos do que Gael Garcia Bernal, que, voltando ao tema dos bonitinhos, fica bem falando em espanhol com sotaque mexicano, inglês, francês, russo...

03 abril, 2007

Sinais

Caminhei quilômetros no domingo, das 11h âs 19h, com parada apenas para o almoço. Entre a celebração do Domingo de Ramos na frente da
Catedral, a espera na longa fila para a entrada gratuita no Museu Picasso e a visita à Festa da Primavera no Parc de la Ciutadella, fui surpreendida por dois encontros que me fizeram lembrar de alguns de meus votos para 2007.

Começar a correr e aprender a dançar.

O primeiro lembrete veio de uma maratona encontrada por acaso na Via Laetana. Nem sei exatamente quem e porque corria. Mas estavam lá, todos apoiados pelas palmas da platéia. Minhas, inclusive, que admiro a liberdade de quem alcança a distância em velocidade apenas com seu próprio corpo.



Depois vieram os dançarinos animados em uma demonstração no parque, bailando em um ritmo e uma sintonia contagiantes.


Ainda não posso me inscrever em nenhuma volta de Barcelona, nem me arrisco em um baile de salsa. Mas, pelo menos, acabo de me matricular em uma academia do meu bairro. E à tarde começo com as aulas. Terá sido influência dos sinais do acaso?