13 abril, 2007

Sou imigrante

¡Que fuerte!
Era o que repetia a dominicana na minha frente, em uma expressão típica espanhola. Há um ano no país, estava ali para renovar sua permissão de trabalho, enquanto o número de pessoas em espera aumentava. Ela e uma marroquina de uns 45 anos foram minhas companheiras em uma fila de mais ou menos cem metros que simplesmente não se moveu durante quase duas horas.

Por essa manhã, na frente da Comisaria de Policia de Barcelona, conheci na pele um sentido mais difícil da condição de imigrante. Não é à toa que essa identidade seja quase sempre relacionada a questões legais, mesmo por aqueles sujeitos que passam pela experiência sob diferentes perspectivas.

Ali estávamos brasileiros, chineses, colombianos, europeus da banda leste, estudantes, trabalhadores, aventureiros, gente solitária ou famílias inteiras, todos compartilhando idênticas condições. Só nos restava esperar, apresentar os documentos necessários, responder a algumas perguntas, torcer para que tudo desse certo e que os agentes ao menos fossem um pouco simpáticos.

Da minha parte, a espera era mais tranqüila, embora eu deteste autoridades policiais de qualquer espécie, porque já tinha encaminhado meus papéis pelo setor de relações internacionais da universidade e só me faltava levar três fotos, o passaporte original, e o documento de empadronamento na prefeitura, um registro de domicílio. Depois era colocar o dedão no papel e pronto.

Mesmo assim, saí frustrada porque a fila simplesmente não me alcançou. Já desconfiava disso ao observar a expressão de um dos policiais que examinava o número de pessoas na rua enquanto balançava a cabeça... Sem senha ou uma explicação mais otimista, volto na próxima semana a esperar na mesma fila que me dará direito a uma carteira de residente. Um pedaço de papel carregado de sentido de segurança e liberdade.

Antes da fila se dispersar, se ouviam reclamações, indignações diversas, sobretudo de trabalhadores que precisavam negociar seu tempo para estar ali. Já caminhando em direção à avenida, os imigrantes se desejavam suerte e seguiam seus múltiplos caminhos.

3 comentarios:

Anónimo dijo...

Oi Lili!!

Sempre que posso dou uma espiadinha por aqui. Cada dia que leio alguma coisa, fico ainda mais entusiasmada para partir!!

Queria muito teu e-mail.. para nos comunicarmos. Existe uma grande possibilidade de eu te visitar qualquer dia desses!!
Besos y suerte!

Mariana Paniz (mpaniz@gmail.com)

Liliane dijo...

Oi, Mariana. Que bom saber notícias tuas...
Pensava que meu email estava por aqui em algum lugar. Vou ver porque nao aparece. Ai vai:
lilianedb@yahoo.com.br
Me escreve mesmo. E venha!!!
Beijos

Anónimo dijo...

eu tbm quero ir! =~

haha

lili que rica observação PARTICIPANTE essa que tu narra nesse post sobre a fila da imigração.

sorte nessa semana

bjo